Já não durmo sem sentir
todas as noites as imagens, os sons e os aromas do Pinhal das Artes que se
avizinha vertiginosamente como um tsunami imparável de mil emoções. Já estamos a caminho todos. Os artistas que
ultimam as suas ideias e materiais, as famílias que reservam os seus bungalows
no parque, os voluntários que reúnem para programar as suas tarefas, os
coordenadores a verificar toda a montagem e produção do festival, e até os
esquilos, formigas e restantes animais da floresta preparam já a sua habitual
breve migração de duas semanas.
Ali junto ao mar, o
lugar das árvores tem a frescura de um mundo que as musas do pinhal do rei
criaram exclusivamente para receber bebés e famílias do Pinhal das Artes.
Entramos numa história de fadas reais. Nas madrugadas aquece-nos o canto dos
pássaros, até que as fogueiras das histórias noturnas fechem o dia pleno de
muitos outros ninhos calorosos.
As acácias vão
surpreender-se com as muitas novidades que este ano visitam o Pinhal das Artes.
A nova Tenda da Luz será um casulo de onde nascerão milhões de borboletas
aquecidas por uma nova amiga, a Fundação EDP que este ano nos ajuda a iluminar
o Pinhal. Com o inesperado calor deste nosso inverno nasceram novas carpas KOI,
e com as crias chegam também ao lugar das árvores novos artistas convidados.
Descobrem-se pequenos ninhos para estar em família na companhia de sons, cores,
espaços, movimentos, aromas, animais, mas acima de tudo novos amigos.
Na tranquilidade da
paisagem que se descobre ao chegar ao oceano, ali onde D. Dinis semeou
pinheiros para que a poesia e outras hortas pudessem nascer protegidas dos ventos e areias
atlânticas, encontramos recantos simples de famílias apaixonadas pelas artes e
pelos encontros. Respiramos imaginação que ali borbulha como os rebentos de
acácia por entre os quais se escondem e brincam crianças.
Este ano o Pinhal das
Artes faz seis anos. Já é um menino grande que vai para a escola, e tem o
entusiasmo do primeiro dia de aulas de uma nova sala, novos amigos e novos
professores. Mas continua o bebé de sempre, feliz e tranquilo por receber
tantos sorrisos de artistas apaixonados. Ali junto ao mar na praia de São Pedro
de Moel.
Paulo Lameiro
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