Pinhal das Artes

O Pinhal das Artes é um Festival de artes para a primeira infância, num espaço dedicado à família, à sensibilização ambiental e à educação pela e para a arte. Com particular destaque para a música, a próxima edição deste evento realiza-se no Pinhal do Rei em S. Pedro de Moel - Marinha Grande - Leiria, de 1 a 10 de Julho de 2016.

...a não perder por nada deste mundo!


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

COMUNICADO - PINHAL DAS ARTES


Exmos senhores,
Serve o presente para informar que a SAMP foi recebida em 15 de janeiro último pelo Exmo. Senhor Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, com a sua equipa interna, com a Exma Senhora Presidente do INCF e seus quadros dirigentes.
A SAMP muito agradece a atenção dispensada ao nosso projeto.
Confirma-se que não se realizará o Pinhal das Artes em 2016.
Confirma-se que não será possível realizar o Festival Pinhal das Artes no Lugar das Árvores, por razões de segurança.

Confirma-se que o uso do Espaço Público terá um custo de acordo com o tipo de utilização a realizar.
Em face da mudança das regras de utilização e gestão do espaço, mais se justifica que a SAMP tenha cancelado o evento, não se tratando de um ato extemporâneo e sim responsável perante todos os parceiros e partes interessadas no projeto.

Foram apresentados todos os constrangimentos a ter em consideração para a concretização do Festival Pinhal das Artes no local solicitado, apesar da firme intenção apresentada pelo Senhor Secretário de Estado de procurar viabilizar a realização do mesmo no período do ano pretendido, embora num outro espaço.

Dado o sucesso que o nosso projeto alcançou, o risco de segurança de pessoas e bens tornou-se muito elevado para permitir garantir as condições adequadas de evacuação em caso de emergência.
A SAMP não pretende, nem nunca pretendeu, produzir um evento que apresente riscos para as famílias e seus bébés!

Sendo o Lugar das Árvores um fator vital e integrante da identidade do nosso Festival, somos forçados a abandonar este projeto muito querido por todos. Todavia, não abandonamos a ideia de oferecer música e artes aos nosso bébés e suas famílias! Por isso mesmo, iremos em conjunto com a Unidade de Gestão Florestal do Centro Litoral analisar a viabilidade de produzir um novo projeto, num outro espaço da Mata Nacional que garanta todos os requisitos de segurança atualmente exigidos.
Obrigada a todos pelo apoio demonstrado!
Daremos notícias em breve!
A Direção SAMP

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Pinhal das Artes 2016 CANCELADO

Não haverá edição de 2016 do Pinhal das Artes. 
Prevista há muito para decorrer de 1 a 10 de julho, foi lamentavelmente proibida a sua realização no Lugar das Árvores, onde acontece desde 2007.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Pinhal das Artes já tem data para 2016



Agora que o frio aperta, precisamos de uma notícia quentinha!
O Pinhal das Artes em 2016 vai ter 10 dias!!! Uáu
de 1 a 10 de Julho de 2016
Iúpiiiiiii!!!


Para celebrar, partilhamos convosco uma história para sonhar...

O Gafanhoto e o Boi
ou o Pinhal das Artes 2014


Era um animal gigante, que saltava como um gafanhoto, mas tinha um corpo de lagosta. Subiu do mar para o farol, e seguindo a luz deste chegou ao Pinhal das Artes. Ao chegar a meio das acácias pensava encontrar muitos bebés e suas famílias. Mas qual não foi o seu espanto quando no meio das acácias viu um boi. Um boi enorme que tinha dois segredos também gigantes. E pensou, porque estaria um boi com dois segredos no meio do Pinhal? Decidiu perguntar-lhe: diz-me lá ó boi, o que estás tu aqui a fazer no meio do Pinhal? O boi olhou para aquele animal gigante e não teve medo, porque também ele tinha dois segredos gigantes. Mas nada lhe respondeu. O gafanhoto com corpo de lagosta, ao ver o boi com os dois segredos, pegou na harpa que trazia entre os muitos braços e começou a tocar. Só para ver se o boi dizia alguma palavra. Mas não disse. Desceu então de uma das acácias ali perto um pássaro azul, também gigante e com um bico amarelo, e começou a cantar acompanhado pela harpa do gafanhoto com corpo de lagosta. Ali ficaram os 3 durante muito tempo. O gafanhoto tocava, o pássaro cantava, e o boi fazendo de conta que nada ouvia continuava a comer rebentos de acácia guardando bem os seus dois segredos.

Quando já caía a noite ouviram-se uns ruídos cada vez mais próximos do trio. Era um esquilo castanho. Gigante como todos os outros 3 animais, tentava cantar como o pássaro azul, mas a sua voz saía aos soluços porque nunca deixou de comer a bolota que trazia entre os dentes. Só quando acabou a bolota deu um suspiro e disse: está na hora de voltar para as nossas casas porque amanhã de manhã os bebés chegam aqui com os pais e vão assustar-se se nos virem. O gafanhoto com corpo de lagosta deixou de tocar a harpa. O pássaro azul deixou de cantar. O boi deixou de comer, mas nunca largou os seus dois segredos. Olharam todos para o esquilo e o gafanhoto tomou a palavra e disse: Tu esquilo, sobe bem alto aquele grande eucalipto para que os bebés não se assustem ao ver-te. O pássaro azul pode voar para o cimo desta acácia, e continuar a cantar escondido pelas folhas. E tu boi, esconde aqui os teus dois segredos debaixo destas folhas, e volta para a tua quinta porque o Pinhal das Artes não é lugar para bois. Além disso, se o Umberto te vir amanhã quando chegar com os bebés vai ficar muito zangado e com medo. Eu não posso ir já esconder-me, pois tenho de apanhar a luz do farol para voltar ao mar. E também tenho um segredo a guardar.

O pássaro azul subiu a acácia e escondeu-se nas folhas. O esquilo subiu o eucalipto e adormeceu lá no alto. O boi escondeu com muito cuidado os seus dois segredos e voltou para a sua quinta. O gafanhoto com corpo de lagosta deitou-se, e do seu corpo saíram uns sons muito estranhos. A noite chegou muito escura. Quando o boi já estava muito longe, o esquilo acordou no alto do eucalipto ao ouvir uns ruídos de pequenos passos apressados e uma voz cansada. Não conseguia ver nada, e gritou para o pássaro azul que estava escondido: Pássaro azul, sabes de onde vêm estes ruídos? O pássaro também ouvia os ruídos, mas como estava todo tapado de folhas e era muito noite nada via. Disse ao esquilo que ia tentar saber de quem eram aqueles passos apressados e aquela voz. Ele tinha muito medo de voar à noite, mas lá decidiu descer da sua acácia. Ao aproximar-se do chão num vôo muito rápido nem queria acreditar no que estava a ver.

Com a barriga luminosa muito grande, e rodeado de milhões de pirilampos (que não eram gigantes) caminhava lentamente o gafanhoto com corpo de lagosta. Mas a luz não vinha só dos pirilampos e da barriga do gafanhoto com corpo de lagosta. O Gafanhoto cantava baixinho enquanto deixava nascer muitos ovos que também davam luz. O Pinhal das Artes estava a ficar cheio de ovos luminosos. O Pássaro azul estava tão encantado com aquela cena que até se esqueceu do esquilo. Mas este, como o pássaro nunca mais subia para a acácia decidiu descer para ver o que se passava. Tinha um bocadinho de medo, mas como também era gigante encheu-se de coragem e lá seguiu os sons que vinham do chão. Ainda não tinha descido meio eucalipto e já a luz dos ovos e dos milhões de pirilampos que se espalhavam por todos os caminhos do Pinhal das Artes o deixaram de olhos esbugalhados. Desceu apressado, mas ao tocar com os pés no tapete de folhas deixou de ouvir aqueles sons que o despertaram alguns minutos antes. Não se via nenhum movimento nem se ouvia nenhum som. Seguiu o rasto de luz até onde pareciam estar mais ovos. Numa clareira muito perto viu então o pássaro azul a olhar para o gafanhoto com corpo de lagosta. Este, havia pousado a harpa num velho tronco caído, e tocava apaixonadamente para os seus ovos que iluminavam todo o Pinhal das Artes.

A noite já era muito gigante quando o gafanhoto com corpo de lagosta parou de tocar. E como tinha vindo do mar, deveria ser uma lagosta com corpo de gafanhoto. Ao ver ali o pássaro azul e o esquilo, a lagosta disse: Agora tenho de voltar para o mar, mas vou pedir-lhes que fiquem aqui junto dos meus ovos até que cheguem os bebés e suas famílias. Não subam para as vossas árvores, mas velem por eles até que acabe o Pinhal das Artes, não vá um bebé sem querer pisar um dos meus ovos. Naquele momento a luz do farol iluminou a clareira e a lagosta apanhou a sua boleia. O pássaro ainda tentou gritar para a lagosta com corpo de gafanhoto que esta se havia esquecido de levar a harpa. Mas o esquilo disse-lhe que poderia ficar ali, pois o Moreira iria fazer uma casinha para a harpa, e no dia seguinte poderia até acontecer vir alguém que gostasse de continuar a tocar harpa para os ovos da lagosta.



Os pirilampos foram dormir.
O sol acordou, subiu para o céu.
O Pinhal encheu-se de outros ruídos.
Chegaram muitos bebés e suas famílias.
Cantaram.
Embalaram-se entre ninhos e sons.
Ouviram histórias sem palavras
E com palavras.
Viram peixes apaixonados por flores
E receberam abraços.
Espreitaram o sol entre as acácias
Dormiram no colo do pai sob o olhar da avó
Sujaram os pés de sons
Bailaram
Teceram polcas e mazurcas
E brincaram muito
Almoçaram e lancharam.
Conheceram novos amigos.
Encantaram-se com instrumentos e pessoas.
Conheceram o dia e a noite.
Molharam-se à chuva no Pinhal.
Passearam de carroças e carrocinhas.
Montaram cavalos e deram de comer às cabritas.
Cheiraram países
E comeram ervas de sabor a pastilha elástica.
Ouviram sanfonas e o Fernandito.
Sim, o Fernandito Meireles
Que a todos nos encantou.
E cantaram mais de tarde e à noite.
Fizeram-se fogueiras e dormiu-se
Enquanto os pais ouviram fado
E músicas de tantos nomes.
Correram com rodeiros e outros brinquedos do Pinhal.
Não sabem o que são rodeiros?
Escusam de procurar na Net
Porque há coisas que só existem no Pinhal das Artes.
Viram um milagre e conheceram um Rei,
O dono do Pinhal que não é a Eng.ª Rita.
E cantaram ainda mais.
Viram estrelas de noite, e estrelas de dia.
E voltaram a cantar.
Cantaram em português de cá e de lá do Atlântico.
Em castelhano e em italiano.
Canções de Olá e de Adeus.
E tropeçaram.
Tropeçaram muito em raízes de acácia e de eucalipto,
Tropeçaram ainda em ramos perdidos de vendavais passados.
Mas um menino, bisneto do Barão, tropeçou num monte de folhas quando o festival estava quase a acabar.
Ao levantá-lo, o Bisavô percebeu que eram segredos que se escondiam sobe as folhas. Eram dois segredos. Não, vendo melhor, entre as folhas encontrou 3 segredos. Os dois primeiros segredos haviam sido deixados pelo boi blimundo. Todos os meninos e pais conhecem os dois segredos do boi blimundo, não é verdade? Pois, não é preciso por isso contar esses dois segredos. Mas o terceiro segredo de quem seria? O terceiro segredo foi deixado pela Lagosta com corpo de gafanhoto, ou Gafanhoto com corpo de lagosta, agora não importa. Dizia este segredo:

Num reino muito distante, nas profundezas do mar, vivem umas lagostas com corpo de gafanhoto, e uma voz encantadora como não existe em nenhum outro ser dos mares e das terras. Há milhões de anos eram muitas, mas têm vindo a desaparecer com a poluição das águas, e com a falta de meninos que cantem para os ovos. Sim, os ovos destas lagostas com corpo de gafanhoto só se transformam em lagostas bebés se outros bebés cantarem para eles durante 6 dias, o seu tempo de gestação. Ora, acontece que neste reino os bebés deixaram de cantar porque o rei destes mares não gosta de música, nem conhece o segredo da música ser necessária para que nasçam novas lagostas. Resta agora por isso uma única família de lagostas cantoras. Quase a chegar ao fim da vida têm perdido todos os seus ovos por falta de bebés que cantem para eles. Contudo, a mãe lagosta ouviu, por um velho búzio do mar, que nas terras de Dom Dinis, em São Pedro de Moel, há um festival de artes para bebés que dura exactamente 6 dias. Nadou por isso 6 meses até chegar ao Farol, e aqui pôs todos os seus ovos para que durante 6 dias muitos bebés lhes possam cantar, e assim, passados os 6 dias de música, pudessem nascer as novas lagostas com corpo de gafanhoto e voz de anjo.

O Barão leu este segredo mas não entendeu nada. Só o esquilo e o pássaro azul, que haviam passado os 6 dias no Pinhal das Artes a guardar os ovos, e a ajudar os meninos a cantar, perceberam o que estava prestes a acontecer. Por isso todos se foram embora ao cair da noite, menos o esquilo, o pássaro azul e o Moreira, que tinha de guardar a harpa. Foram só os 3 que viram o milagre daquela noite de 6 de Julho de 2014. Já os pirilampos iluminavam os caminhos do pinhal quando começaram a nascer as lagostas bebés. Foram saindo das suas teias e juntando-se em pequenos grupos. Quando já todas haviam nascido veio a luz do farol. Subiram num salto de gafanhoto para a luz e só se ouviu o seu som a mergulhar ao longe no mar."

Paulo Lameiro

(Créditos Fotográficos: Joaquim Dâmaso)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Terminou mais uma edição do Pinhal das Artes


O Pinhal das Artes 2014 despediu-se ontem com o coração cheio após seis dias de muita música, muito teatro, muita dança, muito ar puro, muitos sorrisos e muito amor. Na memória ficam-nos os espectáculos apresentados por mais de 260 artistas, os sons vindos de toda a parte, as histórias à fogueira, o chilrear dos pássaros ali tão perto, um esquilo gigante a querer ser abraçado, a brisa do mar a confundir-se com os aromas do CheirArte, os passeios de carroça, os dragões voadores que dançam, a construção de brinquedos da floresta, a permacultura com plantas que sabem a pastilha elástica, as fadas sorridentes, entre muitos outros momentos inesquecíveis. Mas sobretudo, fica o sorriso e o brilho nos olhos que ofereceram os bebés, crianças e graúdos que nos visitaram. Obrigado a todos os que fazem do Pinhal das Artes um festival tão especial! E não se esqueçam: o Pinhal das Artes volta em 2016, mas até lá o Lugar das Árvores continua ali, plantado à beira-mar, com todo o seu encanto próprio. Não deixem de o visitar!